Depois da penúltima aplicação eu preferi ficar na minha. Não
queria dizer pra todo mundo como eu me sentia. Ou ficar fazendo farofa sobre a
minha vida. Também não queria ver ninguém, quase ninguém. Não que eu estivesse
deprimida ou coisa do tipo. Eu só queria ficar tranquila e esperando passar uma
dor insuportável no braço por causa do remédio.
O que mais me assustou esse tempo todo foi um medo,
pequeno, mas real de que eu voltasse a ter dores. As mesmas dores. Eu sou
humana, né? Eu fiquei com medo de ter dado alguma coisa errada ou de eu ter
feito algo errado e as dores estivessem voltando. Mas tudo ficou bem. As dores diminuíram
e sumiram até. A minha imunidade voltou ao normal pra situação. Muitos
leucócitos, isso é bom. A sinusite deu um tempo, o clima tem ajudado também.
Aquela velha historia que eu já cansei de repetir aqui...
Paciência é a única coisa que eu tenho que ter daqui pra frente. Só faltam 4
meses. Antes eram 6, olha quanta diferença!
Ah! Semana que vem eu vou por um cateter pra ficar melhor
e não ter que me furar de 15 em 15 dias e pararem as dores malucas. Afinal todos
os outros efeitos colaterais já amenizaram e sumiram. Só essa dor chata que enchia
o saco. Fiquei com receito de por o cateter por causa da anestesia, não sabia
como ia ser, enfim. Mas o Dr. Adib me disse que era local, volto pra casa no
mesmo dia. Tudo sussa!
A cada dia que passa eu quero logo voltar ao meu dia a
dia de costume. Fico olhando as fotos do pessoal no ensaio do ballet no curso
que eu sempre faço desde 2007 nas férias... Nossa! Não estar lá dançando me dói
tanto. Morro de saudade. Quase choro todos os dias. Mas vai passar. Eu acho. Sinto
falta dos meus amigos, da faculdade... Da minha vida. Queria abraçar tudo e
todo mundo rápido. Piscar e já ser julho e estar atestada de alta
definitivamente.
Nada demais. Eu sei que eu vou ficar boa, que eu já estou
consideravelmente melhor. Então, todas as vezes que eu peço alguma coisa pra
Deus é que passe o mais rápido possível. Espero que ele me escute todos os
dias.