Acho que esse par de meias não volta para dona original. |
Pois bem! Desde o dia que o
tratamento da quimioterapia foi lançado eu resolvi fazer uma contagem de dias
para acompanhar. Por acaso, o dia 7 foi o dia que os remédios e burocracias
foram liberados. UFA! Quantos dias, não?! Parece uma semana que passa rápido
(até que passou mesmo), mas um dia de cada vez torcendo para que o telefone tocasse e a atendente falasse: “Senhora, Tânia (sim, a Unimed só me chama
por esse nome) Nascimento, os seus documentos já foram liberados pela unidade. Pode
vir buscar”. Isso aconteceu, mais ou
menos, umas 16h de um dia de 24h muito longo.
E o que teve de tão especial nesse
dia? Por que o dia 7? Pra mim, dentro da religião que eu pratico, o numero sete
é cabalístico e tem seus significados. O mais curioso é que neste dia recebi
duas visitas mais que especiais em casa (sem contar os meus padrinhos de carne e osso e a Tia Sueli que eu já tava com saudade!). Meus padrinhos espirituais estiveram
aqui. E, claro, nos momentos que eu mais precisei eles vieram e me deram força
pra conseguir entender as coisas e me encontrar sempre. Um gás, uma força, que
eu busco dentro de mim para seguir sempre melhor. Foi muito importante ter
falado com eles e ter recebido toda a luz que eles têm para mim. Percebi vários
detalhes que eu estava perdendo, mas não por falta de vontade, só porque, às vezes, não
conseguimos enxergar logo. Coisas que parecem bobagens, mas que, no fundo, são
primordiais. Até o fato de conseguir me concentrar sozinha para meditar e me
harmonizar em todos os sentidos.
Outro detalhe? Eles precisavam
estar aqui justamente no dia que liberaram os papéis! É muito privilégio, não é mesmo? Bom saber que sempre tem
energia boa quando eles estão comigo (o que eles sempre estão, e sei).
E neste dia cheio de
soluções... Mamãe e eu resolvemos solucionar problemas imediatos, também! E conseguimos
organizar as nossas tarefas domésticas diárias. Infelizmente a empregada nova
não vai conseguir acompanhar o nosso ritmo, o que não faz diferença, porque as
coisas estão correndo bem. E logo, logo fica tudo mais tranquilo já que as
dores somem e eu já posso fazer inúmeras coisas.
Eu demorei a dormir e estou
escrevendo com, mais ou menos, um dia de atraso (hoje já é o dia 8), mas acho que foi por conta da euforia
da noticia. Até tive umas dores de estomago na hora que errei o prato do
jantar. Mas tudo bem... Passou já! É apenas um detalhe.
Vou trabalhar para acertar alguns
detalhes que eu deixei passar em branco estes tempos. Como eu não havia prestado atenção de
que não havia agradecido a ninguém que tenha vindo aqui em casa?!. Não que eu não
tenha dito obrigada em nenhum momento, ou que não tenha me sentido assim. Mas eu acho que eu não foi o suficiente ainda. Não... Não, não que eu ache, ainda não foi mesmo! Preciso agradecer mais as
pessoas. Eu ainda não tinha encarado a situação da forma certa, visto o outro lado (outra coisa que
a minha madrinha, Herondina, me falou). Não é um sacrifício é uma situação de
carinho. Eu sei que, claro, as pessoas abriram mão de certas atividades,
família e tudo mais. E eu acho que, o mínimo, era agradecer tudo isso de forma
justa. E recebe-los sempre de braços abertos e um sorriso no peito (que eu acho
mais verdadeiro que no rosto). Tomara que eu consiga fazer isso. Eu me sinto
muito bem. E eu quero que eles todos saibam disso. E o quanto eu tenho sido grata todas as horas do dia e da noite. Mais que uma caixa de chocolates com bilhete.
UFA! Dia 7 foi um dia cheio, um
dia cheio de coisas boas. E quando eu for escrever amanhã eu espero conseguir
falar que as coisas foram MUITO melhores que antes.
Obrigada, Deus, o senhor tá
caprichando no meu presente de Natal esse ano!
P.S.: Seu eu estou animada? Podia sair dançando macarena virtual de novo, é esse o nível. Podia sair abraçando todo mundo também. Mas não por ter começado o tratamento médico, mas por conta de todo esse sentimento bom que eu sinto dentro de mim.
P.S.: Seu eu estou animada? Podia sair dançando macarena virtual de novo, é esse o nível. Podia sair abraçando todo mundo também. Mas não por ter começado o tratamento médico, mas por conta de todo esse sentimento bom que eu sinto dentro de mim.
Te amo.
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