quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Dia 7



Acho que esse par de meias não volta para dona original.
Pois bem! Desde o dia que o tratamento da quimioterapia foi lançado eu resolvi fazer uma contagem de dias para acompanhar. Por acaso, o dia 7 foi o dia que os remédios e burocracias foram liberados. UFA! Quantos dias, não?! Parece uma semana que passa rápido (até que passou mesmo), mas um dia de cada vez torcendo para que o  telefone tocasse e a atendente falasse: “Senhora, Tânia (sim, a Unimed só me chama por esse nome) Nascimento, os seus documentos já foram liberados pela unidade. Pode vir buscar”.  Isso aconteceu, mais ou menos, umas 16h de um dia de 24h muito longo.
E o que teve de tão especial nesse dia? Por que o dia 7? Pra mim, dentro da religião que eu pratico, o numero sete é cabalístico e tem seus significados. O mais curioso é que neste dia recebi duas visitas mais que especiais em casa (sem contar os meus padrinhos de carne e osso e a Tia Sueli que eu já tava com saudade!). Meus padrinhos espirituais estiveram aqui. E, claro, nos momentos que eu mais precisei eles vieram e me deram força pra conseguir entender as coisas e me encontrar sempre. Um gás, uma força, que eu busco dentro de mim para seguir sempre melhor. Foi muito importante ter falado com eles e ter recebido toda a luz que eles têm para mim. Percebi vários detalhes que eu estava perdendo, mas não por falta de vontade, só porque, às vezes,  não conseguimos enxergar logo. Coisas que parecem bobagens, mas que, no fundo, são primordiais. Até o fato de conseguir me concentrar sozinha para meditar e me harmonizar em todos os sentidos.
Outro detalhe? Eles precisavam estar aqui justamente no dia que liberaram os papéis! É muito privilégio, não é mesmo? Bom saber que sempre tem energia boa quando eles estão comigo (o que eles sempre estão, e sei).
E neste dia cheio de soluções... Mamãe e eu resolvemos solucionar problemas imediatos, também!  E conseguimos organizar as nossas tarefas domésticas diárias. Infelizmente a empregada nova não vai conseguir acompanhar o nosso ritmo, o que não faz diferença, porque as coisas estão correndo bem. E logo, logo fica tudo mais tranquilo já que as dores somem e eu já posso fazer inúmeras coisas. 
Eu demorei a dormir e estou escrevendo com, mais ou menos, um dia de atraso (hoje já é o dia 8), mas acho que foi por conta da euforia da noticia. Até tive umas dores de estomago na hora que errei o prato do jantar. Mas tudo bem... Passou já! É apenas um detalhe. 
Vou trabalhar para acertar alguns detalhes que eu deixei passar em branco estes tempos. Como eu não havia prestado atenção de que não havia agradecido a ninguém que tenha vindo aqui em casa?!. Não que eu não tenha dito obrigada em nenhum momento, ou que não tenha me sentido assim. Mas eu acho que eu não  foi o suficiente ainda. Não... Não, não que eu ache, ainda não foi mesmo!  Preciso agradecer mais as pessoas. Eu ainda não tinha encarado a situação da forma certa, visto o outro lado (outra coisa que a minha madrinha, Herondina, me falou). Não é um sacrifício é uma situação de carinho. Eu sei que, claro, as pessoas abriram mão de certas atividades, família e tudo mais. E eu acho que, o mínimo, era agradecer tudo isso de forma justa. E recebe-los sempre de braços abertos e um sorriso no peito (que eu acho mais verdadeiro que no rosto). Tomara que eu consiga fazer isso. Eu me sinto muito bem. E eu quero que eles todos saibam disso. E o quanto eu tenho sido grata todas as horas do dia e da noite. Mais que uma caixa de chocolates com bilhete.
UFA! Dia 7 foi um dia cheio, um dia cheio de coisas boas. E quando eu for escrever amanhã eu espero conseguir falar que as coisas foram MUITO melhores que antes.
Obrigada, Deus, o senhor tá caprichando no meu presente de Natal esse ano!

P.S.: Seu eu estou animada? Podia sair dançando macarena virtual de novo, é esse o nível. Podia sair abraçando todo mundo também. Mas não por ter começado o tratamento médico, mas por conta de todo esse sentimento bom que eu sinto dentro de mim. 

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