As coisas vão acontecendo e a
gente acha que tem o controle da situação. Eu sabia dos efeitos colaterais da
quimioterapia. Sabia que dezenas de coisas poderiam aparecer. Bem, essa
estomatite me tira do sério. Tanto que mal conseguia forças para comer. Quanto mais
escrever, falar, ficar de bom humor...
Não desanimei, não. Mas tem horas
que a gente fica sem paciência. Querer comer e precisar comer e saber que vai
fazer tudo isso e vai doer... Foram dois dias difíceis. Não queria receber ninguém
em casa. Na verdade, são poucas as pessoas que eu tenho tido paciência em
receber. A gente não fica muito disposta no começo. Não tem vontade de ser
arrumar, nem quer ficar fazendo caras e bocas. A família nem conta. Eles me vêm
de qualquer jeito desde que eu nasci. Não me incomodo tanto.
Outra coisa é que a gente fica suando feito uma chaleira.
É um suor de remédio chato, bem chato. Fico agoniada e eu não o que fazer. Só esperar
mesmo. Só resta esperar essas coisas passarem. Sinto, mais ou menos, - claro
numa versão sem terror – naquele filme “O Chamado”. Quando a menina do poço
liga e fala: “seven days”. Daí nesta
sequencia de dias acontecem vários fatos novos todos os dias. Mais ou menos
isso. São aproximadamente dez dias de observação.
O que me deixa feliz? Saber que eu to reagindo bem perto
do que poderia ser. Graças a Deus! E dentro desse tempo meus leucócitos
continuam comportados, me deixando mais tranquila. E ainda bem que eu consigo
comer melhor. E uma das melhores notícias dessa semana foi que a dr. Ana
Virginia diminuiu os corticoides. Ou seja: ADEUS FOME DOS LEÕES! Adeus inchaço!
Adeus espinhaço! Só não saio comemorando por ai porque ainda não posso. Fiz estripulias
esse final de semana e estou me achando o “homem de ferro”.
Claro que eu tenho uma galeria nova de remédios. Mas são
todos para o estomago, estomatite, dor de barriga e anti-inflamatórios. São bem
sossegados e tem um que é até gostoso de tomar. Mas enquanto isso, eu prefiro
evitar visitas. Meu lado vaidoso tem me incomodado um pouco essa semana. Vou esperar
passar os efeitos que o corticoide deixou em mim. Não demora muito. Depois eu
volto a amar as pessoas pessoalmente. Até porque ainda estou naquele período
que é melhor evitar muitos contatos. E na verdade, eu não tinha muita paciência.
Algumas horas a gente vai preferindo ficar tranquila. E eu estou bem desse
jeito. Querendo mais tranquilidade que movimentação. E não aguento mais suco de
graviola, me dá vontade de vomitar só de falar o nome dessa fruta.
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