quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Aprendendo



Pensei: “Poxa, vida! Logo agora que eu estava deixando o cabelo crescer... Mas tudo bem. Se precisar ficar careca é melhor que ir pra faca.” Era o que passava pela minha cabeça minutos depois de saber como seria o tratamento do nódulo. Ah, o linfoma! O meu médico, o Dr. Roger Normando, foi um homem maravilhoso que eu encontrei pra ajudar nessa corrida. Não sei nem como agradecer.
Sai pedindo peruca pra todos os meus amigos, conhecidos, desconhecidos... Rindo, feliz da vida. Saber o problema e como resolver é um bom motivo pra sair saltitando por ai, pelo menos eu acho. Tenho uma galera de lenços e turbantes. Estilo é o que não vai faltar. Mas bem, só se precisar.
Resolvi encarar tudo com bom humor. Se a vida te dá limões, faça uma limonada. Não é assim? Pois bem, estou fazendo uma torta de limão, limonada, to adoçando a vida. Claro que tem horas que eu perco um pouco a graça, porque dói e é difícil. Mas eu respiro fundo encaro e passa. Tudo passa...
Mas e naquele dia que a gente se pergunta por que as coisas acontecem com a gente? É uma aflição tamanha. Procuramos a resposta em qualquer vírgula a nossa frente. Mas ela, a resposta, aparece sempre quando a gente menos espera. Hoje eu só tenho a agradecer. Sim, to dando graças a Deus, Olorum, ou como quer que Ele seja chamado. De me dar essa chance de ver as coisas de outra forma. De crescer e luta. Ver que a vida é mais que aquilo que eu pensava. Ver e dar valor a coisas que passavam despercebidas.
E eu vinha pedindo. Desde o Círio de Nazaré pra ter uma luz, pra que o que quer que fosse o motivo das dores e inchaço, bem, que fosse descoberto pra poder curar. E mais. Dentro da minha religião, Umbanda, o meu padrinho espiritual me disse: na vida tem coisas que nós (as entidades) podemos mostrar e apontar, outras a gente não vai poder falar e outras nem nós vamos saber. É assim, a vontade de Deus.
Tenho encarado com boa fé. Digo, com muito mais fé que eu costumava acreditar que eu tinha e sem vergonha de ter e falar. A vida tem mais motivos e maneiras de te ensinar a viver que podemos imaginar. E enquanto isso, vou aproveitando pra pensar nos modelos de turbantes que eu vou usar.

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