quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dr. Ana Virginia



Minha careta good vibes para quem quiser ver

Desde o dia 12 de novembro eu estou esperando o resultado de algum exame, alguma coisa que vá levar ao outro ponto. Dai para o próximo, mais um, mais e... Pronto! Acabou o tratamento e vamos começar uma vida nova. No começo do quebra-cabeça, as coisas parecem não sendo tão fáceis. Pra uma futura jornalista, bailarina e – ah, meu espaço, eu posso – escritora, como eu, as coisas não são tão fáceis. Meu CRM ainda não saiu, então entender porque a médica que me cuida não é uma oncologista e sim hematologista, ou, por que eu tenho que fazer mais quatro exames depois do laudo da biopsia? A biopsia não era o exame definitivo? Tomografia? Por que mais uma? Eu vou sair do consultório já aplicando a primeira dose da quimioterapia? Vou ficar careca ou som de Lara Fabian? Posso comer? Perguntas, perguntas... Entre tantas outras infinidades de perguntas perdidas nestes 15 dias de caminhada. Bem... A mais importante eu não sei. Só seii que ter essa primeira consulta de verdade com a Dra. Ana Virginia e dar andamento aos primeiros passos para a recuperação já me dá um alivio indescritível.
Quando eu era mais nova eu mudei tanto de colégio que criei um tipo de sentimento pessoal que, carinhosamente, chamo de “síndrome do primeiro dia da escola nova”. Ao mesmo tempo em que eu queria muito estar na escola com tudo novo. Morria de medo de entrar lá. Hoje, enquanto esperava o atendimento da Dr. Ana Virginia, sentia os mesmo medos. Precisava de pontes seguras pra entrar na sala. Queria estar no colo do papai, abraçada com a mamãe, do lado do Léo, perto de todo mundo. Só medo mesmo.
Na minha cabeça eu achava que já ia sair tomando remédio de dentro da sala do consultório e pronto. 
Bom! Deu-se a largada! Mas tudo bem, não foi assim como eu imaginava. Lógico que pela minha ignorância no assunto seria a solução mais lógica. Afinal, todo mundo já sabe o que é e por que. Então pra quê esperar pra tratar, não é mesmo? Paciência é uma arte que a gente domina. Mas, entendam... Eu quero ficar logo boa! Depois de explicar a situação toda e encaminhar todos os novos exames para – finalmente – começar o tratamento definitivo, eu botei a boca no trombone. Não sou de ferro, não mesmo! Chorar é melhor que ficar tentando ser forte nessas horas. Depois de um tempo, até fiz umas perguntas pra médica (que é sempre um amor de pessoa) e as coisas foram fluindo bem... Assim como todos os outros “primeiros dias de escola nova”.
Pelo que eu contei, numa perspectiva de dias, ao todo, uns 10 dias pra tudo começar de verdade. A minha dieta? Bem, já que os corticoides diminuíram, o risco da minha carinha de lua cheia virar uma lua maior ainda, também. Claro que eu não posso sair comendo igual a uma doida desesperada. Sal? O mínimo pra sobreviver. Conservas? Oi? O que é isso mesmo? Enfim... Uma dieta especial e gostosinha que dá pra viver tranquilo por seis meses e o resto da vida. Adeus álcool, né minha gente? Mas como isso não fazia parte do meu cardápio faz tempo, nem conto como corte ou perda. Nestas e outras a gente vai se virando como pode. A ceia de Natal não está comprometida! Então que venham as castanhas portuguesas! Em grande escala, de preferencia. Não pode comida crua, mas tem hot shushi pra fazer a felicidade. Então as coisas parecem mais fáceis quando tem comida pra gente se distrair.
E falando tudo isso assim parece bem mais fácil que eu imaginei. E é claro que eu não imaginei nada disso. Como a mamãe disse hoje, jamais imaginaria que há um mês, hoje estaria fazendo os exames preparatórios para uma quimioterapia. Mas a vida é uma caixinha de surpresas! Vamos trabalhar com um dia de cada vez, par e passo. Oito ciclos a cada quinze dias. Acho que começou, então! Coragem!

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