Ops!
Dos dias que eu precisei de mais cuidado nessas semanas. Alguns
episódios foram tão épicos que se não tivesse acontecido eu jamais imaginaria. Acho
que compartilhar todos por aqui vai me dar trabalho, mas é divertido lembrar. Agora,
né, que passou.
Pois bem, começando pelo começo...
Segunda à noite e eu ainda achava que a dorzinha nas costas
era tal de retificação cervical metida à besta. Então eu fiquei curtindo – se é
que dá pra entender esse termo no contexto – o meu estado naquela noite. Até que,
por acaso, eu comecei a sentir alguma coisa que fosse falta de ar, mais dor e
qualquer coisa que eu jamais havia sentido na minha vida toda.
Aqui em casa somos mamãe e eu. No histórico de família, há
mais de anos, todos sabem que a Dona Fátima é uma pessoa completamente habilidosa
e cheia de qualificações pra inúmeras coisas. Porem, se falar em doença,
hospital, sangue e qualquer derivado. Ela perde completamente a noção de tempo
e espaço. Sai metendo os pés pelas mãos, quer limpar a casa, esquece o
paciente. Com o perdão da palavra, ela faz uma “cagada”! Pois bem, sorte que o
papai não mora longe e anda de carro.
Então, na já famosa segunda-feira do dia D, eu comecei a
passar mal em casa e a Dona Fátima tomou as providências cabíveis. Pensou:
providencias: ligar pra alguém, ligar para todo mundo, chamar um taxi, chamar o
Carlinhos (vulgo: papai), ajudar a Tainá a se vestir, arrumar-se, descer, pegar
exames, sair de casa, fechar a casa, me acalmar, se acalmar e tudo isso em 30
segundos de uma vez. Não! Não estou
exagerando pra ficar engraçado, foi isso mesmo.
Enquanto eu tentava me arrumar e separar uma roupa pra ir a
unimed ela pegou o celular e o telefone fixo para ligar pro papai. Prudente quando
se tem vários números. Útil quando você não liga para o mesmo dos dois
telefones. Mas no final das contas, deu certo de alguma forma.
O papai ainda deveria estar no caminho pra minha casa,
quando a mamãe ainda tentava buscar mais ajuda. Sim, porque nessas horas ela
acredita que quanto mais gente, melhor. E saiu convocando e exercito dos Araújo.
E enquanto me ajudava a descer para ir para o carro ela ia profetizando pela
casa “CALMA, MINHA FILHA! EU JÁ SEI O QUE ESTÁ ACONTECENDO! ENTENDI TUDO!”. Ficava
desmaiando e acordando e acordando perguntando o que era. Logico que ela não
sabia o que era. Mas sabe como é mãe, né?! Ela queria que eu ficasse calma.
Passei alguns minutos sem ela por perto lá pela urgência. O papai
correndo pra cima e pra baixo resolvendo as burocracias. E enquanto isso, a
mamãe providenciava as noticias. Ah, claro! Dar notícias também não se encaixa
no quadro de qualidades da Dona Fátima. Então, avisando a Larissa – minha prima.
Já falei dela? - foi alguma coisa do tipo “Oi, Larissa, a Tainá tá na UTI com
um tumor nas costas”. É um tipo de noticia que se dá às 22 horas, numa
segunda-feira. Eu não sei se as coisas teriam a mesma graça.
Enquanto um se preocupava com os preparativos médicos, outro
queria detalhes, o papai, provavelmente, já estava sendo medicado da pressão
alta a mamãe reagia da melhor forma que ela sabe reagir nessas situações:
Mundiada. O que, na definição e livre interpretação dela quer dizer “ficar fora
da realidade, pisar em nuvens, não entender o que está acontecendo no momento
em que acontece e por ai vai”.
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