Já
passei por muita coisa nessa vida. Mas eu não acreditava que nenhuma delas fosse
mais ou menos importante, ou que valesse a pena contar as historias pros meus
filhos e netos. Fora as historias da vida eu me sentia um pouco sem a minha
parte da historia. O que eu lutei? O que eu construí até os meus 23 anos de
vida? Graças a Deus eu fiz muita coisa, mas ainda faltava algo.
Hoje
eu sou estudante de jornalismo, tenho meta traçada de continuar/voltar a ser
bailarina e continuar com meus projetos de roteiro e pesquisas de
comportamento. Mas quando eu aprendi a escrever roteiros pra filmes eu descobri
que existe um elemento que muda toda historia: O conflito.
Qual
era o meu conflito até agora na vida? Era ser gorda/magra, ou decidir
finalmente que faculdade fazer? Bem, até um dia destes, eu não sabia, não
mesmo. E perguntava, dia ou outro, como quem não quer nada - e achando que era
semente pra mim – quando, afinal de contas eu ia crescer? O que faltava
acontecer na minha vida pra eu aprender a ser grande e tomar de vez a rédeas da
minha vida e tocas as coisas adiante sem medos?
O
universo trabalha bem nas coisas, mandou o meu conflito. Cutucou lá no fundo e
descobriu o que mais me assustaria e “pimba!”. Mandou o bote. Se eu contar que
não sacodi na hora que bateu, bem... Seria uma baita mentira. Chorei, tive
medo, fiquei apática e qualquer reação que pudesse me fazer fugir do momento já
me ajudava. Mas deve ser como comer jiló. Por acaso, eu nunca comi jiló! Então deve
ser como comida sem sal. É difícil no começo, depois fica aceitável e lembra
que é assim ou assim. Não tem outro jeito. No final, quando você acha que não
tem mais pra onde correr. Alguém aparece com um tempero maravilhoso e dá uma
solução.
Vou
ter que fazer um esforço maior que eu já fiz em toda a minha vida. Não é comer
pouco, ou abrir mão de uma ou duas baladas. Vou ter que ter atitudes e ir
contra muitas coisas quais eu jamais tive vontade ir. Sempre fiz o que eu
precisei, mas nunca sem um empurrão de alguém ou a carona do fulano. E sim, não
digo só do carro do amigo, mas uma costa pra me segurar e esconder mesmo. Meter
a cara nunca foi meu forte. E dessa vez eu não tenho muito pra onde correr, vou
ter que ir a luta e sou eu o ponto principal. O carro chefe, sei lá.
Passo
os dias juntando coragem pra fazer sei lá o que até sair o resultado do meu
exame. Hoje eu juntei coragem pra começar a estudar. Vamos lá! Ainda tenho dois
meses de aula e eu preciso passar no semestre. Galho-fraco pra quem gosta da
faculdade que faz. Coragem? Sim, sempre. E agora ela vem substituindo a fome. Ela
já faz um pouco mais parte de mim. E não é a falta do medo. Não mesmo. O que eu
tenho tido de agora em diante é, o que eu posso chamar de, vejamos... Dose de
realidade. É como jogar vídeo game, você só precisa saber quanto de força vai
colocar no movimento pra vencer o problema.
Hoje
eu estou tentando medir as forças dos meus movimentos e sei que tenho muita
gente que vai me apoiar nisso tudo.
Tenho
uma ideia vaga do quanto eu vou aprender depois dessa batalha da vida. Não sei
exatamente quanto eu vou amadurecer dentro desses meses de supletivo divino. Mas
eu sei que tem muito. E eu sei, também, que agora sim eu vou poder bater no
peito e dizer: Eu tenho uma historia pra contar, ela mudou a minha vida. E já
faz uma semana que ela tá sendo escrita aqui de alguma forma.
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