segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O conflito



Já passei por muita coisa nessa vida. Mas eu não acreditava que nenhuma delas fosse mais ou menos importante, ou que valesse a pena contar as historias pros meus filhos e netos. Fora as historias da vida eu me sentia um pouco sem a minha parte da historia. O que eu lutei? O que eu construí até os meus 23 anos de vida? Graças a Deus eu fiz muita coisa, mas ainda faltava algo.
Hoje eu sou estudante de jornalismo, tenho meta traçada de continuar/voltar a ser bailarina e continuar com meus projetos de roteiro e pesquisas de comportamento. Mas quando eu aprendi a escrever roteiros pra filmes eu descobri que existe um elemento que muda toda historia: O conflito.
Qual era o meu conflito até agora na vida? Era ser gorda/magra, ou decidir finalmente que faculdade fazer? Bem, até um dia destes, eu não sabia, não mesmo. E perguntava, dia ou outro, como quem não quer nada - e achando que era semente pra mim – quando, afinal de contas eu ia crescer? O que faltava acontecer na minha vida pra eu aprender a ser grande e tomar de vez a rédeas da minha vida e tocas as coisas adiante sem medos?
O universo trabalha bem nas coisas, mandou o meu conflito. Cutucou lá no fundo e descobriu o que mais me assustaria e “pimba!”. Mandou o bote. Se eu contar que não sacodi na hora que bateu, bem... Seria uma baita mentira. Chorei, tive medo, fiquei apática e qualquer reação que pudesse me fazer fugir do momento já me ajudava. Mas deve ser como comer jiló. Por acaso, eu nunca comi jiló! Então deve ser como comida sem sal. É difícil no começo, depois fica aceitável e lembra que é assim ou assim. Não tem outro jeito. No final, quando você acha que não tem mais pra onde correr. Alguém aparece com um tempero maravilhoso e dá uma solução.
Vou ter que fazer um esforço maior que eu já fiz em toda a minha vida. Não é comer pouco, ou abrir mão de uma ou duas baladas. Vou ter que ter atitudes e ir contra muitas coisas quais eu jamais tive vontade ir. Sempre fiz o que eu precisei, mas nunca sem um empurrão de alguém ou a carona do fulano. E sim, não digo só do carro do amigo, mas uma costa pra me segurar e esconder mesmo. Meter a cara nunca foi meu forte. E dessa vez eu não tenho muito pra onde correr, vou ter que ir a luta e sou eu o ponto principal. O carro chefe, sei lá.
Passo os dias juntando coragem pra fazer sei lá o que até sair o resultado do meu exame. Hoje eu juntei coragem pra começar a estudar. Vamos lá! Ainda tenho dois meses de aula e eu preciso passar no semestre. Galho-fraco pra quem gosta da faculdade que faz. Coragem? Sim, sempre. E agora ela vem substituindo a fome. Ela já faz um pouco mais parte de mim. E não é a falta do medo. Não mesmo. O que eu tenho tido de agora em diante é, o que eu posso chamar de, vejamos... Dose de realidade. É como jogar vídeo game, você só precisa saber quanto de força vai colocar no movimento pra vencer o problema.
Hoje eu estou tentando medir as forças dos meus movimentos e sei que tenho muita gente que vai me apoiar nisso tudo.
Tenho uma ideia vaga do quanto eu vou aprender depois dessa batalha da vida. Não sei exatamente quanto eu vou amadurecer dentro desses meses de supletivo divino. Mas eu sei que tem muito. E eu sei, também, que agora sim eu vou poder bater no peito e dizer: Eu tenho uma historia pra contar, ela mudou a minha vida. E já faz uma semana que ela tá sendo escrita aqui de alguma forma.

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