O que eu mais sinto falta
nessas três semanas? Além de tomar coca-cola e comer chocolate, almoçar na rua,
passear... Enfim, dessa infinidade de coisas que a gente nem percebe que é
legal à beça de se fazer. O que eu mais sinto falta é de ficar sozinha. Todos
os dias tem sido difíceis conseguir esse momento.
Não que eu não goste que
estejam cuidando de mim e prestando atenção no que eu preciso. Mas ficar só é
uma coisa que me faz falta. Eu, eu mesmo, minha carga e pensamentos. Nem que
seja pra ver um filme, ouvir uma musica, ou escrever alguma coisa que me distraia,
quem sabe... Ler um livro. Não sei bem o que, mas alguma coisa desse jeito.
Cresci assim, sempre gostei
de ter um momento meu no dia. Todos os dias se possível. Adulta, criança,
adolescente. Acho que eu sempre fui e sempre vou ser metida a introspectiva. Daquelas
que só tem as boas ideias quando está sozinha e ponto final. Não é nada fora do
comum, é mais fácil apenas. Por quê? Porque a dona Tainá, aqui, se distrai
muito fácil e se tiver sozinha as coisas são mais fáceis de controlar. E não é
nada agradável ter alguém do lado quando o seu pensamento conversa em voz alta,
né?
Mas não me acho alto
suficiente o suficiente pra ficar sozinha todo tempo. Adoro passar horas na
companhia das pessoas. Ultimamente eu tenho redescoberto o quanto a minha
família é maravilhosa e é divertido ficar com eles muitos momentos. Reorganizado
a rede de amizades que eu possuo e tudo mais.
Voltando ao ponto principal,
ficar sozinha e o que isso representa seriamente pra mim. E hoje, pensando
melhor nesta situação, eu acredito que as coisas estavam meio fora do prumo. Momentos
preciosos que eu jogava fora sem saber o que fazer com eles. E principalmente
esses momentos “sozinhos”. Eles não eram apenas sozinhos, já eram solitários. Solitários
porque eram vazios de significado. Não tinha musica, livro, gente, coisa,
sentimento. E mais uma vez eu tenho a
chance de rever os conceitos e os significados da vida.
Tenho achado que aos poucos
esses momentos a sós com os meus “eus” de várias formas vêm chegando sem
pressa. Enquanto as coisas se organizam. Aquela máxima de “o mais importante é
o caminho e não a velocidade”. Entendendo essa máxima pra vida de forma
diferente e complicada. Mas a gente vai aprendendo a lidar com as situações. Ansiedade,
pressa, raiva...
O que não quer dizer que vai
ser fácil ficar ouvindo o reggae de ultima do vizinho de baixo... Mas bem, dos
males... Tem um fone de ouvido na mesa de cabeceira.
E depois de metade tarde, lá
estou eu aproveitando mais momentos acompanhados. Acho que isso faz um pouco
parte da historia.
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